Ilhas Maurícias ? Duas Gotas do Ganges no Índico
autor: Olga Gouveia autor convidado

Ilhas Maurícias ? Duas Gotas do Ganges no Índico

?Reza a lenda que Lord Shiva e sua mulher Parvati circundavam a Terra, quando repararam na beleza de uma ilha e do mar esmeralda que a rodeava. Shiva, que carregava o rio Ganges na sua cabeça, para proteger o mundo das cheias, decidiu aterrar, tendo duas gotas de água escorrido de sua cabeça, para caírem na cratera de um vulcão, formando, assim um lago natural. O Ganges indignou-se, por água sua ser derramada em terra desabitada, mas Shiva respondeu que habitantes das margens do Ganges iriam um dia colonizar a ilha e levariam a cabo uma peregrinação anual a esse lago.
Na realidade, a profecia cumpriu-se. Não só a ilha se encontra habitada por mais de um milhão de pessoas dos quais, mais de mil e quinhentos são hindus que anualmente se deslocam ao Grand Bassin, o lago sagrado, para prestar homenagem a Lord Shiva.
Crê-se que Shiva não se opôs a que outros credos se instalassem na ilha porque, apesar da origem vulcânica, há muito que a lava revoltosa não semeia a discórdia entre as diferentes crenças religiosas que assim, pacificamente convivem?.

O fascínio desta lenda contribuiu para a escolha do tema, onde, de uma forma mais ou menos abrangente pretendi transmitir a ambiência fantástica das diferentes misturas étnicas, que convivem de forma amistosa e hospitaleira, quer entre si, quer com os visitantes da ilha, sem pedir nenhuma moeda a troco de uma foto, nem tentando vender bugigangas.

Embora a minha atenção incidisse particularmente sobre a população, usos e costumes, é impossível resistir igualmente aos contrastes e beleza da paisagem, assim como da própria arquitectura.

Há ainda a salientar a importância e influência da comunidade crioula, não só nos ritmos e danças tradicionais, como na própria gastronomia e forma de estar.