Pedro Guimarães
> Nos Caminhos da Nova China
Hong-Kong, 19 horas locais
do dia 8 de Julho de 2004. Acabo de desembarcar no Aeroporto Internacional,
onde sou imediatamente forçado a passar pelos scanners que registam
a minha imagem térmica. Recordo-me de que vivemos os dias das doenças
que surgem de repente, vindas do nada, ameaçando repentinamente
milhões de seres humanos. A imagem térmica dos passageiros
servirá para determinar quem são os que caminham em estado
febril. Quem estiver “quente” terá de se sujeitar a
exames médicos. A Ásia encontra-se a braços com novos
surtos de “febre das aves” e “pneumonia atípica”.
O azulado do meu rosto, assim representado no monitor de infra-vermelhos,
indica que tudo deve estar bem. Continuo. [...]
Cidades
A cidade reveste-se de muitos rostos. Das grandes avenidas arejadas,
aos becos apertados e vielas desajeitadas. O novo emerge do velho
e deixa-o, muitas vezes, desfigurado. O movimento da sua população,
e dos arredores, nas horas de ponta deixam-na sem fôlego.
Ela alonga-se, estica os seus tentáculos aos arredores onde
planta camas para os trabalhores a que ela regressam todos os dias.
A pressão ambiental e social nas cidades cresce a cada dia.
A falta de espaços no seu interior deixam-na sem grandes
soluções.
E é neste contexto intrincado e ritmado que as pessoas passam,
vivem, florescem. E com elas a própria cidade.
Mostre um pouco do que vê nas cidades.
Resultado:
Parabéns a Sébastien PEPINSTER, da Bélgica,
pelo conjunto das fotos enviadas. Em segundo destaca-se Lowtechmatt,
Alemanha. E em terceiro Luis Duarte, Portugal.
Obrigado por todas as participações.
próximo tema
Fotografia Nocturna
Quando a luz anoitece, torna-se esguia,
difícil de segurar à mão. A sombra alonga-se
nos cantos, nas coisas, nas pessoas. Acendem-se os brilhos eléctricos,
a gás ou de cêra. As estrelas mostram-se por cima das
aldeias e pequenos montes. Nos limites urbanos a luz torna-se riscos,
contínuos e vibrantes, torna-se ritmo, e assim foge ao silêncio
da sua ausência.
Os resultados sairão na próxima newsletter e serão
publicados no site. Veja como participar >>>.
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Stefan
Rohner
> Linguiça Morcela e outras histórias
Tradicionalmente, em Espanha é no Inverno que que
se matam os porcos (a matanza) e se fazem enchidos. O enchido mais comum
em Mallorca é a linguiça: a carne do porco caseiro é
misturada com especiarias (maioritariamente paprika), enfiada na tripa,
e depois pendurada para curar durante algumas semanas. A matança
é um trabalho pesado mas onde existe uma grande camaradagem. As
famílias juntam-se e a todos é atribuída uma tarefa.
Um grande almoço tradicional é servido a meio do dia.
José
Silva Pinto
> Com Olhos de Ver
"O equilíbrio humano mantém-se na afrontosa
evidência de haver sempre vítimas e algozes. E as tragédias
que ferem os homens deixam cicatrizes nas suas palavras"
Baptista Bastos, O secreto adeus
nelson
d'aires
> Los Empalaos de Valverde de la Vera
Não me vou alongar sobre "Los Empalaos de
Valverde de la Vera". As minhas palavras nunca poderiam fazer justiça
àquilo que eu não compreendo por ser um homem sem fé.
Talvez por isso ande de terra em terra à procura do inesperado.
mesmo que já tenha visto imagens de outros fotógrafos, eu
quero ver com os meus olhos. Ser fotógrafo documental é
isto: sentir o local, ver, cheirar e ouvir aquilo que não cabe
na área de uma fotografia. O trabalho, esse, é sempre incompleto.
Daí, estar sempre à procura do próximo local na vã
esperança de completar o inacabado [...]
nota
Este
mês o pontos.de.vista atrasou-se. Pelo facto pedimos desculpa.
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